Símbolos

Cabeça

A cabeça é considerada o órgão mais importante do nosso corpo, porque, além de conter nosso rosto, também contém nossos pensamentos e sentimentos – em suma, a personalidade de cada pessoa. Como se não bastasse isso, é também através dela que essa personalidade pode ser comunicada ou mantida em segredo.

Por tudo isso, na Antiguidade, muitos povos acreditavam que era nela que ficava a alma, espírito ou sopro divino que animava uma pessoa.

Atualmente, o símbolo da cabeça está mais associado com a racionalidade humana.

Quer saber mais sobre o simbolismo da cabeça? Então, continue lendo!

Simbologia da cabeça

Para Platão, a cabeça é um microcosmo do próprio universo. Muitos povos a consideravam a parte mais importante do corpo humano, e talvez um dos melhores simbolismos para isso seja exatamente o dos gregos: foi da cabeça de Zeus que nasceu Palas Atena, uma das suas mais importantes divindades, deusa da inteligência, companheira dos guerreiros, estrategista militar e padroeira da cidade de Atenas, capital da Grécia.

Sendo a guardiã do cérebro, a cabeça é um dos símbolos da racionalidade, “modalidade” humana à qual são atribuídas funções como a autoridade de instruir, ordenar e governar. Aliás, outro significado de “cabeça” também pode ser “comando, liderança”; não à toa chamarmos a pessoa que lidera algo de “o cabeça”.

E daí pode derivar um sentido que opõe o planejamento da racionalidade à imprevisibilidade da emoção, pois espera-se de “um cabeça” exatamente que aja após um raciocínio frio e abrangente, em vez de levado pela impulsividade das suas paixões, muitas vezes momentâneas e que não medem consequências. Em outras palavras, quem, ou o que, “vira a cabeça” de um líder consegue ter poder sobre o que ele lidera. Por isso se exige de um líder que “não perca a cabeça”, isto é, aprenda a ter controle sobre os próprios sentimentos.

A cabeça na Antiguidade

Para muitos povos antigos, como a alma estava na cabeça, cortá-la ao inimigo era apoderar-se da alma dele, ideia por exemplo dos mundurukus brasileiros e dos astecas – estes últimos preferiam escravizá-los para subjugá-los, porque, se os degolassem, a alma ia direto para o céu juntar sua energia à do universo, ou seja, a morte por decapitação daria essa recompensa aos seus inimigos antes do tempo.

Enquanto isso, alguns povos europeus usavam esta mesma ideia para tratar a cabeça do inimigo como um troféu de caça. Por exemplo, a cabeça para os irlandeses, tal como para os gauleses, era para ser exibida pendurada nos seus cavalos ou nas suas casas. Também é frequente, em sua literatura, que os heróis matem seus inimigos pela decapitação e exibam a cabeça para seu povo e seu rei como sinal da vitória.

A cabeça na cultura celta, por sua vez, era a prova de que um menino já podia ser considerado homem – uma das provas pelas quais ele devia passar era sair da sua aldeia e só voltar trazendo a cabeça de um inimigo que ele houvesse decepado, seu troféu particular. Ela era considerada tão importante que era venerada como os cristãos veneram a cruz. Cabeças eram produzidas em madeira, pedra ou metal para serem penduradas à porta das casas para servirem de proteção contra o mal.

Deuses policéfalos

É significativa a quantidade de deuses ou outras criaturas poderosas com mais de uma cabeça nas mais variadas mitologias antigas. Talvez nenhuma supere a eslava nesse quesito em quantidade, que é a base da cultura dos povos da Europa Central e do Leste Europeu. Contudo, é a grega que fornece os personagens mais conhecidos. Uma criatura com duas ou mais cabeças simboliza dois ou mais atributos da sua personalidade ou do seu poder.

Alguns exemplos: