O colibri, mais conhecido como beija-flor no Brasil (e chupa-flor, chupa-mel ou pica-flor, entre outros), é uma avezinha originária das Américas, que sempre chamou a atenção dos povos locais graças à sua beleza e características que a fazem ser um caso bastante particular entre as aves. Portanto, é atribuída a ela uma grande simbologia, principalmente de significados espirituais.
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O que é o colibri
Uma das menores aves do mundo, seu voo é uma das suas marcas registradas, porque é verdadeiramente impressionante. Você sabia que ele consegue voar nas quatro direções, ou seja, para frente, para a direita, para a esquerda e até para trás, sempre na mesma posição vertical? Conta-se, inclusive, que o inventor do helicóptero, Igor Sirkorski, teria baseado os movimentos da sua invenção nos desse pássaro. Apesar disso, ao contrário do que se poderia supor, ele não bate suas asas na vertical, mas sim descrevendo um movimento parecido com um 8.
Para ter toda essa energia, ele deve fazer uma dieta muito calórica: seu principal alimento é o açucarado néctar das flores, consumido numa quantidade até metade do seu peso, todos os dias. Assim, seu coração bate de 90 a 200 vezes por segundo, dependendo da espécie e das condições climáticas! Em compensação, quando dorme, sua temperatura cai de 43ºC para 35ºC, ou seja, na prática ele hiberna.
Por tudo isso, ele é um dos vetores mais importantes de polinização nas Américas, pois atinge grandes distâncias a cada dia e vai a lugares e flores onde outros agentes polinizadores não conseguem ir, funcionando como o grande mensageiro entre espécies diferentes ou fora do alcance dos outros animais.
Não se engane com o tamanhinho: pode lutar contra aves maiores do que ele, como corvos e gaviões que invadem seu território. Portanto, é também um símbolo de inteligência, por usar este recurso nessas lutas, em vez da força bruta que não tem.
Simbologia do colibri
Espiritualmente falando, o símbolo colibri transmite leveza e energia, sendo considerado o transmissor da alegria por onde passa. De fato, conseguir ver um colibri pessoalmente é uma grande dádiva, que não passa despercebida – as pessoas costumam ficar emocionadas com esse encontro, procurando não se mover nem fazer barulho para não o assustar. Há quem acredite que avistar um ou encontrá-lo nos sonhos é uma oportunidade de aprendizado, principalmente para quem endureceu o coração devido a sofrimentos, para que possa reencontrar a pureza original.
Além disso, como não para de bater as asas, e mesmo assim parece que está parado no ar, é também um símbolo do infinito.
Os corretores de imóveis o adotaram como símbolo de sua profissão desde 1981, por recomendação de Augusto Ruschi, o maior estudioso de colibris do Brasil e do mundo. Eles dizem que sua profissão é semelhante à atividade de polinização do beija-flor, que é o intermediário entre a flor e o fruto – da mesma forma, um corretor seria o intermediário entre o cliente e sua casa dos sonhos. E, assim como ele voa para todos os lados, inclusive recuando, o corretor às vezes também deve fazer esse movimento, para não perder uma venda. E, ainda, o fato de não pousar sobre a flor, pegando dela apenas o que precisa, costuma associá-lo com economia, não-exploração de recursos.
Os significados indígenas do colibri são vários, conforme cada povo. Seguem alguns dos mais interessantes:
- Para os Maias, os deuses criaram o colibri modelando-o em forma de flecha num pedacinho de folha de jade, para que levasse e trouxesse os pensamentos dos homens de um lugar para outro, o que ele faz voando de flor em flor. Chamado de Xdzunuúm, uma lenda conta que os homens aprisionaram esses passarinhos em gaiolas, por causa da beleza das suas penas, usadas para enfeitar reis e sacerdotes, e assim ele não conseguia mais cumprir sua missão divina, e os deuses tiveram que intervir para que ele não entrasse em extinção. A partir daí, tornou-se crime prendê-lo.
- Os Hopi, que viviam no Arizona (EUA), consideravam que ele, em tempos de seca e fome, transformava-se num herói humano para implorar ao deus da germinação que as colheitas fossem abundantes.
- Os Astecas acreditavam que os colibris eram as almas dos guerreiros que morriam em combate, que podiam voltar nessa forma ou como borboletas.
- Os Tukano, da Colômbia, diziam que ele era uma representação do órgão genital masculino, por “copular” com as flores.
