Cometa

O cometa sempre despertou a curiosidade do homem, por sua beleza e aleatoriedade – de fato, a humanidade levou muito tempo para conseguir entender o que é um cometa e por que de vez em quando podemos avistar um. Esse evento pode ser casual ou não, e por isso gerou algumas crenças nos nossos antepassados, principalmente de fundo religioso. 

Quer saber o significado de cometa, e o que a ciência já descobriu sobre ele? Então, continue a leitura!

Simbologia de cometa 

A palavra “cometa” vem do grego e significa “estrela com cabeleira”.

Muitos povos antigos, como os indígenas do México e do Peru, acreditavam que avistar um cometa significava mau presságio – era como um aviso dos deuses, uma vez que vinha do céu, de que uma catástrofe aconteceria em breve, como um período de fome, guerra ou doença, ou até mesmo a morte de um soberano local.

Assim, o símbolo cometa era ao mesmo tempo admirado por sua beleza estonteante e temido por ser considerado um mau agouro. No México, ele era chamado de “serpente de fogo” ou “estrela que fuma”.

O que diz a ciência sobre as características do cometa

A ciência concluiu que os cometas são corpos celestes compostos de gelo/neve, rochas, gases e poeira que se deslocam pelo espaço em órbitas irregulares ou não. Eles surgiram há bilhões de anos, mas ainda não se sabe ao certo como. Mas, tendo essa idade, servem como fonte de pesquisa para a história do universo.

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Eles se compõem de três partes:

  • Núcleo: é a matéria sólida que forma o cometa, blocos de rocha e gelo que se movimentam pelo espaço. Mesmo no maior cometa já registrado, suas dimensões de diâmetro, altura, largura e comprimento são de apenas alguns quilômetros, o que facilita sua atração por uma grande estrela, como o nosso Sol. É onde acontece a maior parte dos fenômenos.
  • Cabeleira ou coma: é a parte que envolve o núcleo, formada por seu próprio deslocamento veloz. É composta principalmente por oxigênio e hidrogênio.
  • Cauda: ela só aparece quando o núcleo se aproxima do Sol, o que acontece por duas razões: massa atrai massa, e sempre o corpo de maior massa atrai o de menor massa. Assim, no periélio (o ponto mais próximo do Sol), os gases se evaporam e se afastam o máximo possível da estrela, devido à temperatura e pressão que ela exerce sobre eles. Quanto mais gás para queimar, mais longa a cauda será. É só nesse momento que o cometa pode ser avistado da Terra. Quando ele se afasta (afélio), a cauda vai diminuindo, até sumir.

Cometa Halley

Os cometas podem atravessar o Sistema Solar com uma periodicidade que pode ser matematicamente calculada, ou não. Os que aparecem aleatoriamente são os cometas não-periódicos, que não podemos saber quando serão avistados da Terra, ou mesmo se passarão por aqui de novo. Já os que podem ter sua órbita determinada são cometas periódicos. O mais famoso cometa periódico é o muito brilhante Cometa Halley, cuja idade aproximada é calculada em 4,6 bilhões de anos. 

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Sua primeira aparição foi oficialmente registrada em 240 a.C.; no século I d.C., astrônomos judeus registraram no Talmude esse fenômeno, acrescentando que ele aparecia por volta de 70 a 70 anos. Curiosamente, ele pode ter sido visto pouco antes da conquista normanda da Inglaterra por Guilherme I da Normandia (1066).

Isso também aconteceu em 1531, tendo sido avistado por Petrus Apianus, em 1607 por Johannes Kepler, e em 1682 pelo astrônomo Edmond Halley (1656-1742), que, graças às duas aparições anteriores, e se utilizando das teorias de Newton, pôde concluir que se tratava do mesmo cometa, e determinou que a frequência com que ele seria visto na Terra seria a cada 76 anos, descoberta que ajudou a comprovar cientificamente as leis da gravidade. Halley morreu antes de poder saber que sua teoria estava correta, mas foi homenageado ao ter seu nome batizando o cometa. 

A última aparição do Halley aconteceu em 1986, e desta vez satélites artificiais puderam ser enviados para observá-lo mais de perto. Portanto calcula-se que próxima “visita” será em 2061. Felizmente, hoje ele gera curiosidade e maravilhamento, não mais temor.

Cometas extintos

Os cientistas também descobriram que cada vez que os cometas se aproximam do Sol, seu núcleo e a quantidade de gases para queimar vão diminuindo. Calcula-se, por exemplo, que daqui a aproximadamente 300 mil anos, o Cometa Halley vá se tornar um cometa extinto, isto é, continue rondando o espaço, mas sem queimar gás, porque não o terá mais; ficará parecido com um asteroide.

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Este é o destino de todos os cometas, e vai acontecendo aos poucos, tanto que existem outras classificações antes de chegar à fase de cometas extintos:

  • Cometas dormentes: são os que ainda têm algum material volátil para queimar, que está selado abaixo de uma camada superficial inativa. Ou podem ser também os que não estão ejetando gases, mas podem se tornar ativos a qualquer momento.
  • Cometas em transição: são os que estão mais próximos de se extinguirem.

É por isso que asteroides (rochas maiores que os meteoroides), meteoroides (rochas maiores que os meteoros), meteoros (rochas que atingem a Terra) e até meteoritos (pedaços de meteoros que atingem o céu da Terra) já podem ter sido confundidos com cometas, e vice-versa, tanto por astrônomos quanto por leigos.