O labirinto é considerado um dos símbolos mais antigos do mundo. Já estava presente em desenhos dos homens das cavernas, mitos e arquiteturas de povos egípcios, gregos, babilônios, judeus, indianos, chineses, nazcas (da América do Sul), entre outros. Apesar disso, sua versão mais conhecida é o labirinto do Minotauro, na ilha de Creta.
Está na nossa própria anatomia: o labirinto da orelha e o cérebro.
Hoje, o símbolo do labirinto é muito usado na cultura pop, de livros e filmes a jogos de videogame e RPG.
Continue a leitura para chegar ao centro (ou à saída) dessa que é a simbologia do labirinto!
Simbolismo do labirinto
Desde os primeiros tempos, é muito importante a ligação entre labirinto e espiritualidade. Seria uma metáfora para a jornada que todos devemos empreender um dia: ter coragem de nos voltarmos mais para dentro de nós mesmos, para chegarmos ao âmago (centro do labirinto), e assim amadurecermos ao entrar em contato com nossos aspectos rejeitados e escondidos, apropriando-nos de quem realmente somos.
Existem dois tipos de labirintos:
- O circular (ou em espiral): seu objetivo é só fazer a pessoa chegar ao centro, então ela apenas entra e segue intuitivamente o caminho que se apresenta. A espiritualidade determina que ele deve ser composto por 11 voltas, porque 10 é o número da divindade, e o 1 a mais representa a força de vontade para pôr em prática um empreendimento. O círculo é símbolo da perfeição. Quando ela chega ao centro, atinge a iluminação espiritual.
- O intrincado (ou dédalo): pode ter vários objetivos: esconder algo, impedir ou dificultar que aventureiros achem seu centro ou sua saída (separando, assim, os que não merecem estar ali dos iniciados ou eleitos) ou simplesmente propor um enigma. Assim, lança mão de truques como caminhos entrecruzados e parecidos, única abertura, obstáculos, becos sem saída, pistas falsas, inimigos e perigos escondidos.
O labirinto, na Grécia Antiga, tem representantes de cada uma dessas ideias. No primeiro caso, há a lenda de que Ares-Dionísio, deus dos primeiros tempos, desceu à Terra antes da criação, portanto só viu trevas. Ele tinha apenas um machado de fio duplo nas mãos, o labrys, e com ele foi abrindo caminho pela escuridão, sempre andando em círculos, cada vez menores, até atingir o centro, quando o machado virou uma tocha, afastando o breu com sua luz – a explicação é que, enquanto ele devassava a escuridão externa, ia trabalhando na interna também. E a palavra labrys deu origem a “labirinto”, “caminho aberto com o labrys”.
Teria sido também com um machado desses que Teseu matou o Minotauro, e não com uma espada ou punhal. Este é o labirinto de segundo tipo, criado pelo artesão Dédalo a pedido do Rei Minos de Creta para esconder o Minotauro. Em português, o nome “dédalo” é sinônimo de “labirinto”, embora haja quem diga que na verdade essa palavra se refira especificamente a esse labirinto intrincado. E a função do labirinto espiritual permanece aqui: também é uma busca pelo amadurecimento, que Teseu obtém ao entrar, ao matar o monstro e ao sair.
O labirinto, na Idade Média, aparece principalmente em traçados circulares no fundo ou proximidades de algumas igrejas, como na Catedral de Chartres, na França. O objetivo era que as pessoas impedidas de ir às cidades sagradas, como Jerusalém e Santiago de Compostela, percorressem esses caminhos para substituir espiritualmente essa peregrinação.
Já o labirinto, para os alquimistas, simboliza tanto a peneira para diferenciar os iniciados dos não-iniciados, como, para os primeiros, os desafios para se dominarem a si mesmos e assim chegarem ao centro do labirinto, símbolo da tão sonhada Pedra Filosofal.
O significado do labirinto na cultura pop
O labirinto hoje está muito presente na cultura pop, em séries de livros como “Harry Potter”, de J. K. Rowling, e “Percy Jackson”, de Rick Riordan, e filmes como “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Observa-se, nessas obras, que ele foi destituído do seu significado espiritual, ou pelo menos que ele não é tão óbvio. Ao mesmo tempo, o significado do labirinto não é nada lúdico, ao contrário do que se poderia esperar em livros e filmes para o público infanto-juvenil, além do adulto. São labirintos do tipo intrincado, que podem esconder inimigos e perigos a cada passagem.
No livro “Percy Jackson e a Batalha do Labirinto”, o quarto da série, os heróis, ameaçados pelo exército inimigo, entram em um labirinto para se proteger, no entanto também precisam sobreviver às criaturas maléficas que estão ali. Em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, também o quarto da saga, Harry entra num labirinto como última prova para vencer o Torneio Tribruxo, pois o prêmio está no centro. Enquanto o percorre, ele e os outros campeões precisam enfrentar desafios que evidenciam o quanto aprenderam de magia.
Já no filme “O Labirinto do Fauno”, ele representa o mundo que a menina Ofelia possivelmente imaginou para si mesma, a fim de conseguir lidar com a brutal realidade na qual vive. É no labirinto que ela se encontra com seu mentor, o Fauno, que a orienta na realização de três tarefas para que ela consiga voltar ao reino do qual supostamente é a princesa perdida há muito tempo, onde encontrará a paz que tanto procura.
