Romã

A romã é o fruto da romãzeira, sua forma é arredondada, do tamanho de uma laranja, e seu sabor é levemente ácido, puxando para o “azedinho”. De casca firme e avermelhada, com uma pequena “coroa” em sua extremidade, o que a romã tem de mais especial está no seu interior: quando madura, ela se parte ao meio, assemelhando-se a um pote cheio de “contas” vermelhas e com um sabor inigualável.

romã símbolo

Existem várias maneiras de consumir essa fruta: in natura, nas saladas, em sobremesas, sucos e bebidas alcoólicas. No Oriente, ela é usada para produzir um vinho afrodisíaco. E além de alimento, ela é considerada um antibiótico natural contra vários problemas de saúde.

Vamos descobrir algumas curiosidades e simbolismos da romã?

Origem da romã

A romãzeira (Punica granatum) é uma das árvores mais antigas do mundo e pertence à família Lythraceae. Sua origem mais provável é o Oriente Médio e Ásia Menor. Para se ter uma ideia, antes no ano de 2000 a.C, já se cultivava romã na Antiga Pérsia (hoje Irã). Também há escritos do Antigo Egito que mencionam uma bebida chamada “schedech-it”, ácida e refrescante, preparada com a polpa da romã.

Com seus troncos retorcidos e folhas brilhantes, a romãzeira pode alcançar até oito metros de altura.

Além de alimento, a romã é usada desde a Antiguidade com fins medicinais, por suas propriedades anti-inflamatórias e por conter elementos que previnem contra o envelhecimento, problemas gástricos e doenças cardiovasculares e até o câncer.

Simbologia da romã

Com sua forma redonda, semelhante a um útero, e suas sementes vermelhas, a romã simboliza, para diversos povos, o amor, a paixão e a fertilidade.

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Os gregos acreditavam que ela possuía poderes afrodisíacos e a associavam a Afrodite, deusa da beleza e do amor.

Na Roma Antiga, a romã simbolizava a ordem e a nobreza, sendo servida como iguaria em cerimônias e banquetes. Nos casamentos romanos, era costume os noivos usarem coroas feitas de ramos de romãzeira.

Na Ásia, a romã é vista como um símbolo de desejo e sensualidade feminina, com seu formato associado à vulva e seu interior vermelho e “fértil”.

Outra simbologia da romã é a prosperidade. Em diversas culturas (inclusive no Brasil) acredita-se que essa fruta “chama dinheiro”, daí a tradição de comer romã na virada do ano e separar sementes para guardar na carteira durante todo o ano, como amuleto da sorte.

A romã no judaísmo

Para os judeus, a romã tem um significado especial: é uma das sete espécies de plantas com as quais os hebreus foram abençoados ao chegarem em Israel, a Terra Prometida, liderados por Moisés. Por isso, no judaísmo, ela é considerada um símbolo de boa sorte e prosperidade.

Outra curiosidade, segundo eles, é que a romã tem exatamente 613 sementes, representando, assim, os 613 mitsvot (preceitos) da Torá, o livro sagrado do judaísmo.

Até os dias de hoje, é costume entre os judeus consumir romãs no “Rosh Hashanah”, feriado que dá início ao ano novo judaico, invocando um ano mais próspero e feliz.

A romã no cristianismo

O símbolo romã também está presente na cultura cristã, onde a cor de suas sementes representa o sangue de Cristo. Também simboliza para os cristãos a imortalidade e a virgindade de Maria.

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A fruta aparece em várias pinturas que retratam Maria e o menino Jesus, como o famoso quadro “La Madonna della Melagrana”, de Botticelli, que traz a imagem de Cristo com uma romã aberta na mão, como símbolo de grandeza espiritual.

É costume, na tradição católica, consumir romãs no dia 6 de janeiro, consagrado aos Reis Magos. Para pedir proteção para o ano inteiro, deve-se separar três sementes de romã e guardá-las na carteira.

A romã na maçonaria

Um dos mais tradicionais símbolos da maçonaria, a romã é considerada pelos maçons como uma das perfeições da natureza. Nas lojas maçônicas, a romã figura em cima de duas colunas, representando a união entre o Céu e a Terra.

Para os maçons, cada grão de romã possui carne (polpa), sangue (suco) e ossos (sementes). Com suas centenas de sementes unidas de forma harmônica, a romã simboliza a união, a solidariedade e humildade que devem existir entre os membros, bem como sua ligação com o Universo.

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A romã na mitologia grega

Encontramos o simbolismo da romã também no mito de Perséfone, deusa da agricultura, das flores e frutos. Filha de Zeus com Deméter, deusa da terra e da colheita, Perséfone foi sequestrada por Hades e levada para o mundo das trevas.

A tristeza de Deméter fez com que as plantações secassem. Para recuperar a fertilidade da terra, Zeus ordena que Hades liberte Perséfone, mas por ter comido uma romã (símbolo do casamento), ela deveria lá permanecer para sempre. Definiu-se, assim, que ela passasse três meses por ano com Hades e o restante do ano com a mãe, dando origem ao Inverno, estação na qual as plantações não florescem.

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Etimologia da palavra romã

Há várias hipóteses para a origem da palavra “romã”. Para alguns, ela vem do hebraico “rimmon”, que significa “sino”, por conta do formato da fruta. Para outros, vem do termo árabe “rumman”.

A palavra romã propriamente dita vem do latim, mala romana (fruto de Roma) ou “mala granata”, que quer dizer “fruto de grãos”.

Mas há outras prováveis origens, todas relacionadas à sua quantidade de sementes. Para começar, seu nome científico é Punica granatum, sendo que granatum vem de granum (semente ou grão). Em espanhol, o significado da romã é granada, que tanto pode ser o artefato que explode (pela sua forma), quanto uma referência a uma pedra preciosa de cor carmim.

Em Portugal, era chamada de “maçã romana” ou simplesmente “romana”, daí a provável origem do seu nome em português.

Já em inglês, romã significa “pomegranate”, da junção de dois termos em latim: “pomum” (fruto) e “granatus” (com sementes). Ou seja, fruta com sementes.

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